terça-feira, 13 de março de 2012

Cidades de Portugal - Tomar 1920 (II)

Voltando à cidade e indo pela Avenida Moegos de Tomar, entramos nos lindos jardins, à beira Nabão, da Várzea Pequena, de onde vemos a oitavada Capela de S. Gregório e o Santuário da Senhora da Piedade padroeira de Tomar e de onde se desfruta um lindo panorama.
Quer subamos pela Calçada ou pela Avenida Dr. Vieira Guimarães, paremos, antes de entrar no grandioso Mosteiro de Cristo, diante da Capela de N.Sª da Conceição, em forma de basílica, uma verdadeira jóia arquitectónica do mais puro estilo Renascença.
Agora acabamos estes fugitivos traços sobre cidade tão rica em arte e história, por onde geralmente o visitante começa, - pelo Castelo de Gualdim Pais e pelo Convento de Cristo.
Não vamos fazer uma ampla descrição deste tão notável monumento; isso levaria vinte volumes de prosa e de gravuras, tal é a arte, a grandeza e a imponência da sua fábrica!!
Tracemos somente uma rápida resenha. Entrando pela porta de S. Tiago, no terreiro onde se realizaram as cortes que aclamaram D. Filipe I, temos à direita o recinto da Alçana do castelo, com a sua alta torre de menagem na qual o infante D. Henrique mandou construir os "Paços", que depois foram transformados nos faustosos "Paços" de D. Catarina, enquanto regia o reino na menoridade de D. Sebastião. Da varanda que olha a nascente, gosa-se um lindíssimo panorama sobre a cidade que pode ter igual, mas não superior. Ao fundo do terreiro, uma escadaria conduz-nos ao terraço que dá entrada pela direita para a igreja e pela esquerda à Casa do Capítulo, incompleta, maravilhoso trecho manuelino que nunca chegou a ser acabado, devido à morte de D. Manuel e à grandiosidade da obra.
Para a Igreja dos Cavaleiros de Cristo ingressa-se pelo majestoso portal, a obra do famigerado João de Castilho, que não descrevemos, pois obras destas não se descrevem, vêem-se.
A entrada do Templo é uma verdadeira surpresa para o visitante.
Composto de duas partes das mais heterogéneas arquitecturas e ainda, infelizmente, faltando-lhe o riquíssimo cadeiral e um grande número de acessórios de ornamentação manuelina e reinados subsequentes, não é fácil formar rapidamente uma ideia, nem aproximada, do que seria aquele Templo no século XVI.
A parte que fica à direita da entrada foi construída por Gualdim Pais e constitui desde D. Manuel a "Charola". Primitivo santuário dos cavaleiros do Templo é em forma poligonal, tendo ao centro o altar-mor sobre uma cúpula sustentada por 8 feixes de colunas. Todo este corpo. primitivamente da mais simples arquitectura românica, foi no tempo do "Venturoso" estucado, pintado e ornamentado com quadros e obras de talha e estatuaria. (...)


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