terça-feira, 13 de setembro de 2011

Assim vai o nosso património


O monumental aqueduto de Tomar, é uma extensa obra que tem o seu começo nas proximidades da Ermida de Santo António de Pegões, percorrendo uma longa distância de cerca de seis quilómetros até abastecer a cisterna do principal claustro do Convento de Cristo. Com efeito, a sua missão primordial foi a de fornecer água potável a esse magnífico monumento da cidade do Rio Nabão.

Esta obra foi iniciada em 1593 por ordem de Filipe II de Espanha e concluída já no reinado de seu filho, Filipe III, no ano de 1614, como nos informa uma lápide adossada à construção inicial de captação de águas situada na periferia de Tomar, no lugar de Pegões.
A responsabilidade pelo seu plano e a direção dos trabalhos couberam ao notável arquiteto Filipe Terzi, sendo concluída pelo mestre Pedro Fernandes de Torres.

A sua imponência vai de facto para a sua parte mais alta, magnífica obra de engenharia que é composta por um total de 180 arcos e constituída, em alguns troços, por duas filas sobrepostas. O esquema de construção é composto por fila única de robustos e alteados arcos circulares em áreas de pouca altura. Quando o terreno vencido pelo aqueduto apresenta um maior desnível, este é constituído por duas ordens de arcarias, com a inferior formada por poderosos e resistentes arcos ogivais, arcaria semelhante àquela que seria empregue na edificação do setecentista Aqueduto das Águas Livres, na área do Vale de Alcântara.
Na parte superior do aqueduto corre um parapeito, que protege o canal por onde é conduzido o precioso líquido.
O aqueduto pode ser percorrido a pé ao longo da sua parte superior, pois existe uma plataforma que acompanha a caleira de água. Este percurso constitui uma experiência única, dado que os outros aquedutos portugueses não podem ser percorridos livremente.

Mas o aqueduto começa alguns quilómetros atrás, o "Tomar, a Cidade", acompanhado por Olinda e Henrique, residentes ali perto, foram para o terreno onde captaram imagens desoladoras.

Observou-se um estado de degradação, abandono, um completo desprezo e desinteresse por algo tão magnífico, por uma obra de engenharia perfeita que abastecia um dos bens mais preciosos, a água.

Através das imagens é possível constatar que o matagal impera, nascendo e cobrindo quase toda a extensão do aqueduto. Os acessos são autênticos caminhos de cabras ou então por meio de pequenas hortas, ou ainda como na imagem 4, uma espécie de sucateira.

Ao longo deste mesmo aqueduto são muitas as lajes que cobriam este bem precioso em falta, ora por furto, ora vandalizadas ou simplesmente degradadas pelo desprezo a que foram sujeitas ao longo do tempo.

Existem alguns edifícios que serviam de cruzamento e encontro de águas ainda mantendo a sua nave em bom estado de conservação, mas exteriormente tudo fica a desejar. O "Tomar, a Cidade" sabe também, que neste percurso existem algumas naves subterrâneas, mas devido ao abatimento nalguns lugares o seu acesso é impedido.
Imagem 1 - Entrada para a Casa da Água que servia de encontro de águas
Imagem 2 - Interior da casa
Imagem 3 - O matagal apodera-se da Casa da Água ou Casa da Porta de Ferro de 1610
Imagem 4 - Espécie de sucateira com uma parte do aqueduto de fundo
Imagem 5 - Por onde a água corria. Degradação e matagal a dominar
Imagem 6 - As raízes destroem a construção
Imagem 7 - Ao fundo mais uma pequena nave quase impossível de chegar
O "Tomar, a Cidade" propõe aos responsáveis uma visita ao Aqueduto dos Pegões e a uma boa parte do do seu percurso, que recorram a meios para preservar tão rico património e porque não um possível percurso pedestre acompanhando esta "conduta" de água desde o seu início (as nascentes), a pelo menos, aos ditos Pegões Altos.

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